Roberto Carlos 50 Anos - Eu fui!

Para começar a contar a história do show, vou resumir a minha opinião: Não foi tão bom. Poderia ter sido bem melhor.

O Maracanã é O maior palco desse país para espetáculos, do futebol a shows. Só quem já foi entende o quanto é mágico estar em um evento lá dentro, a energia, a animação. A primeira vez que eu fui, foi também para um show: Backstreet Boys em 2001 e falo: bem melhor. Todos os jogos do Flamengo: muito melhores. Final do futebol feminino no Pan 2007: oh, se foi melhor. Por quê?

Por partes...

A organização do lado de fora do maracanã foi péssima. A fila das arquibancadas estava mal arrumada, ninguém sabia onde era o fim, não tinha uma viva alma da organização para ajudar e não tinha policiamento. NENHUM. Daí que o primeiro resultado foi que na confusão de achar o fim da fila, roubaram o celular da minha mãe de dentro da bolsa. Quebra o clima, né?

Achamos o fim da fila (e descobrimos lá que os portões tinham acabado de ser abertos, com qse 1 hora de atraso), conseguimos entrar e até pegamos um bom lugar. Bem centralizado em relação ao palco e no alto porque a ameaça de chuva era grande.

Agora era esperar. Fiquei de olho no camarote da Cedae, porque conseguia ver a TV de lá que estava na Globo e havia a dúvida se o show ia ou não esperar a novela para começar. Enquanto isso, o povo foi se divertindo: um povo levantou bandeira do Vasco nas cadeiras verdes e tiveram que aguentar o coro de "ão, ão, ão, Segunda Divisão" (tudo no Maraca acaba em implicância entre torcidas).

Depois, veio Eri Johnson mostrar um VT sobre os números da carreira de Roberto, que para mim foi um dos momentos mais divertidos da noite pela seguinte frase: "Muito antes do Twitter, Roberto Carlos já tinha um milhão de amigos" (#chupa @aplusk, que a Melô do Twitter é nossa! haauahahahahahahhaa), Depois do VT, ele puxou um coral com Como é grande o meu amor por você. 3 vezes. A segunda foi a que valeu, com todos em pé e reapresentada no começo do show. A declaração dos súditos para o Rei. Legal.

Depois dessa do coral, o povo se empolgou e fez um milhão de olas. AI QUE SACO! Além disso, ainda aplaudiam toda ola.

E finalmente chegou a hora do show. Patrícia Poeta entra no palco para apresentar. E aí começaram a ficar claras as falhas de produção: o som era muito baixo e os telões do Maracanã travavam seguidamente, já os telões do show eram pequenos. Definitivamente não foi uma grande ideia colocar o palco de um lado e as arquibancadas no outro (geralmente, os palcos no Maraca são montados em frente as cadeiras brancas, "de lado" em relação aos gols). Em compensação, nota 1000 para a iluminação, muito bem feita e deixando o estádio lindo, cheio de cores.

Então Roberto chegou, no calhambeque azul. Olhei para trás e Raj estava na TV do camarote, não estávamos ao vivo. Acertei, Globo não ia fazer ao vivo.

Roberto falou alguma coisa, entendi patavinas e começou a cantar: Emoções, abrindo o show, como sempre (teoricamente, o coro com Como é grande o meu amor... que começou, mas não foi o Rei). Eu te amo, te amo, te amo em seguida. Muito legal no refrão em que o Maracanã completava o "Eu te amo" com "Nós também" (ou "Eu também" - ouvi os dois). Aí vieram Além do Horizonte, Amor Perfeito e Detalhes, que é LINDA, mas como ele cantou no violão e o som estava uó, quem disse que deu para ouvir bem? Nem chorei.

Porém, com a música seguinte, Outra vez, eu me arrepiei. Até aí, quase tudo ótimo. Mas Roberto passou para um medley de músicas que foi tão embolado e o som estava tão ruim que eu só fui entender direito o refrão de Lady Laura.

Em seguida, Nossa Senhora. Uma grande oração no Maracanã. Foi o momento que eu cheguei mais perto de chorar, acho essa música tão linda.

E por aí já estava chovendo. A chuva deu uma esfriada no público. Aí me vem Roberto e canta Mulher Pequena. Ahhhhh... não dá, né? Essas músicas de "tipos de mulheres", eu me lembro bem, são da minha infância. Acharia muito melhor Mulher de 40 ou Coisa Bonita (a das gordinhas).

A seguir: Calhambeque. Chovendo, o som complicado. Numa hora dessas tinha que ter sido esperto: chamado o cara que cantou essa música no Lata Velha para participar do show. Ia ter animado o público e ter sido mais divertido. (quando Calhambeque tocava, Detalhes estava na Globo.)

Quando começou Caminhoneiro, já estava desabando o temporal. A galera da arquibancada cantou junto amarradona (até porque a letra da música é legal, tem um refrão que gruda fácil), enquanto o povo do gramado fugiu da chuva. Muita gente simplesmente foi embora, VIPs inclusive. Desrespeito total.

A chuva foi tanta, que teve um intervalo no show. Pelo menos uns 10 minutos sem nada. Quando voltou, foi um medley de músicas novamente que eu nem ouvi direito serem tocadas. Então, veio Cavalgada, com um meio instrumental na música que foi ÓTIMO.

Roberto fala alguma coisa que mais uma vez não entendo e começa a cantar Amigo. Aí no primeiro "para, pa, para, pa, para" aparece Erasmo no telão mandando parar e faz uma homenagem ao amigo, para então entrar no palco e os dois cantarem Amigo.

O momento Jovem Guarda continua com Wanderléia que canta Ternura e Eu sou terrível com Roberto. E ele continua em um medley de músicas da Jovem Guarda. As tiazinhas no Maraca PIRARAM nessa hora. O povo se sentiu no baile da melhor idade, muito divertido! E Roberto cantou Quando que aparentemente ele não cantava há 30 anos.

E aí veio Como é grande o meu amor por você - amo tanto! Em seguida, É preciso saber viver e, para terminar o show, a clássica Jesus Cristo (que cansa um pouco depois da centésima vez que você repete "Jesus Cristo, eu estou aqui"). Na hora de Jesus Cristo, na TV já passava a parte com Wanderléia. Fica minha curiosidade se cortaram alguma coisa ou se foi só pelo intervalo da chuva.

No fim, o Calhambeque azul retorna ao palco e o rei sai de cena. Acabou o show. E que saco para sair, nem em jogos do Flamengo lotados fica tão aglomerado, deu muito nervoso.

No fim das contas, o show poderia ter sido melhor. Honestamente, o show fechado poderia ter sido esse que eu fui e o show no Maraca ser o Elas cantam Roberto. O set list do show das cantoras foi melhor.

Faltou Olha, Falando Sério, O Portão, Força Estranha e outras várias que mereciam mais. Só para constar, o set list está aqui.

Portanto, os problemas de produção pesaram, o show no meio perde muito o ritmo e faltou um ar maior de espetáculo. Foi bom, mas poderia ter sido bem melhor.